A DICA DE
MARIA
“Façam o que Ele disser...”
Nasce o pensamento: “E, se a instituição eclesiástica romana
começasse a seguir a orientação de Maria???”. Pois, somente alguém totalmente
cego não consegue enxergar que a mesma se distanciou e se distancia das
sugestões de Jesus de Nazaré (e – perdão – talvez sempre mais). Desejo ser
claro: há muitas irmãs e muitos irmãos que, ou individualmente ou em grupos
(‘católicos’ e ‘não católicos’), procuram mergulhar na sua mensagem de vida e
amor, e vivê-la. Seja me permitido repetir: estou me referindo à instituição.
E, aliás, a partir da ‘grande’ instituição mundial, também, às instituições
menores (internacionais, nacionais, regionais e locais) que surgiram e ‘se
inspiram’ nesta. Façamos a pergunta: “Todas essas instituições respondem ao
convite de Maria, ‘servem’ à dica dela?”.
E mais uma pergunta: “Todas essas instituições oferecem
condições mínimas para pôr em prática o que Maria sonha e, em primeiro lugar,
condições humanas que hão de ser o alicerce para ser e crescer?”. Compreendemos
facilmente a tese de Vicente de Paulo que afirma que o irmão que morre de fome,
precisa – antes de mais nada - de uma partilha de pão; somente alimentado, ele
terá condições de ouvir nossa ‘pregação’.
Mesmo sabendo que cada comparação claudica, pode-se afirmar
que as pessoas hão de ser humanas para poder ser, por exemplo, bons cristãos,
bons pais, bons médicos, bons padres, etc. Como Jesus foi humano! Como Helder
Camara foi humano! Nossas instituições (não somente as religiosas!), compostas
por seres humanos, são, tantas vezes, tão desumanas! Dói constatar que se apaga
‘o humano’, inúmeras vezes ‘culpando’ a vontade de Deus para – na verdade –
manter e até fortificar estruturas de poder e tradições vazias.
Durante o Mês Mariano, muitas mulheres e muitos homens no
Nordeste do Brasil relembram Maria. A religiosidade popular prepara com zelo e
vive com entusiasmo celebrações carinhosas em homenagem à ‘Nossa Senhora’. Não seria o caso de, ao lado destas
expressões festivas, também espalhar, alto e bom som, “Façam o que Ele
disser”? Não tenho dúvidas: Maria, feliz com os aplausos, viverá alegria mais
profunda! Outra firme certeza: quanto mais pessoas aceitam e vivem – de verdade
– a dica de Maria, tanto mais possibilidade de mudança em estruturas e
instituições existe... E, recordando que nosso Deus é um Deus que deseja vida e
que Jesus afirma que veio para que todos tenham vida, é certo que a vida
ganhará em qualidade!
João Dubar
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