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domingo, 9 de setembro de 2012

“ Sonhos, sonhos são”


 
 
 
 
 Sonhos, sonhos são”

 

Os sonhos e as cirandas são para ser vividos e celebrados. Os `sonhos sonhos são´, e serão tanto mais belos quanto mais altos e mais profundos, até tocarem o chão por onde caminham os pés desnudos e calejados.

Os sonhos existem para serem sonhados e dançados como as cirandas, sem donos, sem orquestras nem maestros, de mãos dadas, à beira-mar, ao som do vento e do balbucio dos coqueiros, no ritmo das ondas. Serão findos, mas infinitos enquanto mudam a realidade de dor e sofrimento; enquanto são ternura e acalanto, e terão existido mostrando que uma realidade mais próxima de Deus é possível.

As cirandas são efêmeras como os desenhos que fazemos na areia da praia, mas a felicidade que proporcionam é eterna no coração de quem as ouvem e as dançam; assim a comida. Sacia no momento. Teremos fome mais tarde, mas a plenitude da saciedade é graça, é dom, é infinita. Deixa saudade, deixa memória, deixa presença.

Talvez seja este o último número deste jornal. Talvez não. Sinalizamos que é possível se fazer presente no presente do pobre faminto. Sinalizamos que é possível tornar concreto o Evangelho e a Eucaristia. Mostramos também como é frágil e limitada nossa fé.

Somente por muito amor, muito amor, os pobres nos permitiram oferecer estes alimentos nestes quatro anos, e somente por sua misericórdia, sua profunda misericórdia, nos perdoarão por não podermos mais continuar.
 
Fev.2008 quando da despedida do restaurante do Dom da Partilha

 

 

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