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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

NOVEMBRO: DOS FINADOS, de todos os Santos, do Advento

 
imagem do Google
 
 
NOVEMBRO: DOS FINADOS,

DE TODOS OS SANTOS, DO ADVENTO

Texto do editorial de NOVEMBRO - 1992
 
do Jornal Igreja Nova



Há quem pense que o nosso medo da morte, da nossa morte e a de nossos amigos e parentes, se deva ao pavor de vermos a nossa imagem se apagar na mente de quem se vai. Deste modo, cada vez que um ente, querido ou não, de nossa relação morre, nós morremos um pouco também. Ora, se somos vivos na medida que nos comunicamos com o outro, somos mortos na medida em que não há comunicação, no isolamento.

A continuar esta reflexão, um espaço sempre permanecerá vivo, enquanto viva estiver sua esposa, ou mesmo um pai ou uma mãe enquanto seus filhos celebrarem sua presença na mesa partilhada da saudade.

A Eucaristia por acaso não é isto também? A insistente e amorosa celebração da presença misteriosa da Morte e Ressurreição de Jesus, que permite ao grupo de amigos que aderem ao seu projeto de vida, participar desta memória tão comprometedora.

Lá fora, no entanto, cada vez que uma criança de rua é violentada, um pobre morre à beira da sociedade, um índio é prostituído na sua cultura, um negro continua marginalizado, e toda espécie de dominação é exercida insaciavelmente pelos ricos, a memória de Jesus morre um pouco...pena que não consigamos invocá-la em celebrações suntuosas, em templos luxuosos, em liturgias impecáveis... lá fora ele morre , ou na verdade quem morre somos nós mesmos, pois nossa imagem está sendo apagada da mente de todos os Santos, a ao passar o tempo do Advento, quando o Natal vier talvez nos encontre celebrando Finados...


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