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NOVEMBRO: DOS
FINADOS,
DE TODOS OS
SANTOS, DO ADVENTO
Texto do editorial de NOVEMBRO -
1992
do Jornal Igreja Nova
Há quem pense que o nosso medo da
morte, da nossa morte e a de nossos amigos e parentes, se deva ao pavor de
vermos a nossa imagem se apagar na mente de quem se vai. Deste modo, cada vez
que um ente, querido ou não, de nossa relação morre, nós morremos um pouco
também. Ora, se somos vivos na medida que nos comunicamos com o outro, somos
mortos na medida em que não há comunicação, no isolamento.
A continuar esta reflexão, um
espaço sempre permanecerá vivo, enquanto viva estiver sua esposa, ou mesmo um
pai ou uma mãe enquanto seus filhos celebrarem sua presença na mesa partilhada
da saudade.
A Eucaristia por acaso não
é isto também? A insistente e amorosa celebração da presença misteriosa da Morte
e Ressurreição de Jesus, que permite ao grupo de amigos que aderem ao seu
projeto de vida, participar desta memória tão comprometedora.
Lá fora, no entanto, cada
vez que uma criança de rua é violentada, um pobre morre à beira da sociedade, um
índio é prostituído na sua cultura, um negro continua marginalizado, e toda
espécie de dominação é exercida insaciavelmente pelos ricos, a memória de Jesus
morre um pouco...pena que não consigamos invocá-la em celebrações suntuosas, em
templos luxuosos, em liturgias impecáveis... lá fora ele morre , ou na verdade
quem morre somos nós mesmos, pois nossa imagem está sendo apagada da mente de
todos os Santos, a ao passar o tempo do Advento, quando o Natal vier talvez nos
encontre celebrando Finados...
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