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sábado, 1 de junho de 2013

Navegando os espaços vazios...


 
 
 
Navegando os espaços vazios...

 

Onde só os místicos chegavam os cientistas agora aportam. O universo teve um começo, um início, um tempo inicial. O início do primeiro dia, numa explosão de luz. Toda a massa concentrada num único ponto, que explode expandindo-se em luz. O universo se iniciou numa fonte de luz (energia).

Ainda em expansão, à medida que a luz se afastava desse ponto inicial se transforma em matéria, em corpos celestes, em massas de hidrogênio em combustão, em estrelas, planetas, cometas, galáxias infinitas.

O que acontece no cosmos acontece no íntimo da matéria. Das mesmas partículas de energia/matéria, na sua inconstância aleatória, na dança dos elementos subatômicos, na incerteza de Heisenberg e nos moldes de Higgs, como um Platão moderno, essas partículas se juntam como que predestinadas e dão origem aos elementos, e dão origem à vida.

Até aí tudo misteriosamente perfeito. Algo mais misterioso ainda vale nossa reflexão: os espaços vazios.

Ora, entre os prováveis lugares que as partículas atômicas e subatômicas ocupam entre si, há um espaço vazio muito maior que o próprio átomo. Multiplicado ao quase infinito dos átomos de um beija-flor ou de um pedaço de chumbo, há mais espaço vazio entre tudo que percebemos do que os corpos sólidos dos próprios seres ou materiais. Se pudéssemos enxergar microscopicamente até o mais íntimo do íntimo veríamos até a nós mesmos como uma espécie de móbile sem fio, com energia gravitando minúsculas partículas transmutadas ora em matéria, ora em luz.

O que é mais intrigante de tudo, a meu ver, é: o que leva os mesmos tipos de átomos a se agruparem, para formarem o beija-flor, a flor, o chumbo, o ser humano? É como se tijolos de  luz que se juntem e formem casas, praças, prédios, fontes, estradas, hospitais, clubes, igrejas, castelos e casebres. Todos, sem exceção, têm mais espaços vazios que concretos.

Alguma coisa serve de amálgama que une tudo em todos e em cada um, e alguma força como que molda com antecedência imediata, a substância que vai ser gerada naquele momento. As forças antagônicas que atraem e repelem já são observadas e estudadas há algum tempo, mas a força que preenche os espaços vazios...

Creio que a ciência está bem perto de se encontrar com o Espírito (pneuma) de Deus. Nós sabemos que Ele perpassa a tudo e a todos, que renova a Criação, que sopra quando e aonde quer, que destrói estruturas iníquas e soergue a humanidade sofrida no dia a dia dos humanos, que consola o pobre e liberta o oprimido.

Escrito em Pentecostes de 2013...

 

Assuero Gomes

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