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domingo, 25 de agosto de 2013

O Juramento de Hipócrates


O Juramento de Hipócrates

Muitas pessoas julgam os médicos alegando o juramento de Hipócrates. A grande maioria delas desconhece o teor desse juramento. Atualmente no Brasil com a campanha difamatória contra os médicos, orquestrada pelo governo federal (PT), é necessário que se divulgue esse juramento. Ei-lo na íntegra:

"Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higeia e Panaceia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

sábado, 3 de agosto de 2013

Sobre cooperativas e cooperativismo


Sobre cooperativas e cooperativismo
 
 

 

Precisa-se ser explicado em palavras simples o conceito de cooperativismo e a maneira das cooperativas funcionarem. Sua evolução e sua situação atual no panorama brasileiro e mundial.

O cooperativismo é um movimento que surgiu como resposta à exploração dos pequenos produtores rurais pelos atravessadores e mais tarde pelos grandes conglomerados industriais. Posteriormente houve a associação de trabalhadores autônomos para garantir sua liberdade de exercer a profissão. Por fim surgiram as cooperativas de crédito para livrar os trabalhadores da ganância dos bancos que ganhavam dinheiro com o dinheiro dos próprios trabalhadores.

Para exemplificar de maneira bem simples: dez criadores de cabra, vizinhos, coletam o leite cada um, alguns fazem queijo, transportam o leite individualmente para a vila, ou o queijo, entregam para a mercearia, que compra por um preço bem baixo, e paga depois que vender na feira. Os criadores compram ração em tempo de seca, remédio para as cabras, quando podem chamam um veterinário. Gastam tempo para levar o leite e o queijo para vender na vila, às vezes recebem com dias de atraso. Cada produtor se vira sozinho.
 
 

Apareceu um homem forasteiro que propôs comprar todo leite e todo queijo que eles produzissem, e ele mesmo passaria por lá e levaria para a vila, com a condição de eles baixarem os preços, pois iam economizar no transporte.

Com o tempo, os dez criadores se uniram e viram que juntos poderiam lucrar mais. Construíram em mutirão um galpão com um freezer e armazenaram o leite e lá mesmo fabricaram o queijo. Cada um dos dez entrou com 10 contos de réis. Ficou numa caixa única para as despesas com todo processo. Alugaram um carro e eles mesmos transportaram o leite e o queijo para a vila. Com o tempo alugaram um armazém e vendiam os próprios produtos. Ao final de cada semana juntavam o apurado, pagavam todas as despesas, e o que sobrava rateavam proporcionalmente a cada um dos dez conforme fora a produção de cada um calculada em litros de leite. O preço do litro que recebiam era variável a cada semana conforme as despesas.
 
 

Não precisa dizer que ao trabalharem assim nesse sistema de cooperativa de produção agrícola, economizaram muito, pois os dez compravam as rações e os medicamentos, os insumos em geral, e pagavam o veterinário, tendo um forte poder de barganha.

Não precisa dizer também que esse sistema mudou a vida de todos os dez, que conseguiram criar seus filhos, pô-los numa escola e formá-los.

Quando ficaram mais velhos alguns quiseram sair da associação para descansar. Receberam o mesmo valor de 10 contos de réis, pois aqueles 10 contos empregados na formação da cooperativa renderam os benefícios de uma vida, retirados a cada semana na divisão do lucro, benefícios esses que foram incorporados no patrimônio de cada família.

Dez filhos dentre os muitos dos dez criadores de cabras foram ser médicos. Moraram numa cidade maior e cada um montou um consultório particular, nas suas especialidades. Com a chegada dos ‘planos de saúde’ que intermediavam seus atendimentos, resolveram abrir uma cooperativa de trabalho médico. Como seus pais, cada um aportou 1.000 contos de réis. Com esse dinheiro inicial, abriram um pequeno local contrataram uma atendente, telefone, computador e material de escritório, blocos de receituário, um contador. Tudo era comprado em comum pelos dez. Baratearam muito os custos, pois dividiam por dez. Todas as consultas e procedimentos eram computados e contabilizados, o apurado ia para a conta da cooperativa num banco comum.  Ao final de cada mês, as despesas da empresa eram pagas. O que sobrava após os pagamentos era distribuído proporcionalmente às consultas e aos procedimentos realizados; portanto o valor variava conforme as despesas de cada mês.  Uma cooperativa de trabalho.
 
 

Com o passar do tempo os dez médicos viram que mesmo assim os planos de saúde continuavam crescendo, então resolveram criar seu próprio plano de saúde (empresa de plano de saúde). A cooperativa criou e passou a gerir um plano de saúde. Ganharam muito mercado de trabalho.  Auferiram muito mais lucro por seu trabalho. Ao final de cada mês as despesas da cooperativa e mais as despesas do plano de saúde eram pagas com o apurado gerado pela cooperativa e pelo plano de saúde. Como sempre, como deve ser, com o que sobrou após o pagamento das despesas (lucro), foi distribuído conforme o trabalho de cada um, por isso havia uma variação a cada mês.

Um ponto fraco ainda, na cadeia produtiva, que causava uma evasão de dinheiro que poderia ficar na própria cooperativa: um hospital. A cooperativa resolveu construir seu próprio hospital, e passou a gerir três tipos de empresas: a cooperativa de trabalho médico, que é dona de um plano de saúde, que é dona também de um hospital.
 
 

Quando um dos dez médicos ficou idoso e quis se aposentar, pediu para sair da cooperativa, e levou somente os 1.000 contos de réis iniciais, porque o resultado de seu trabalho foi sendo incorporado ao logo dos anos enquanto trabalhou (produziu) ao seu patrimônio familiar.

Há ainda um ponto que pode melhorar muito na vida dos dez. O dinheiro que auferiram durante seus meses e anos de trabalho foi sendo depositado em um banco comum. O banco pega esse dinheiro, remunera por um valor baixo ou mesmo nem remunera se ficar na conta corrente, empresta esse mesmo dinheiro a outro com uma taxa de juros bem mais alta, e tem um lucro muito  grande com o dinheiro alheio.
 
 

Os médicos resolveram abrir uma empresa onde pudessem movimentar seu dinheiro, depositar, investir, tomar emprestado, entre eles, sem o atravessador. Da mesma forma cada um entrou com 10.000 contos de réis (depositando aos poucos mensalmente), numa conta do capital da empresa. A partir desse dinheiro inicial puderam emprestar entre si, movimentar, receber investimento, captar recursos financeiros, efetuar pagamentos: uma cooperativa de crédito.

Nos bancos o lucro não é dividido. Na cooperativa a cada ano uma parte do lucro é adicionada àquela conta capital e a outra é distribuída conforme decisão da assembleia dos cooperados.

Ao sair, o cooperado não vai retirar os 10.000 contos de réis que entrou, vai tirar mais, pois ele investiu dinheiro (capital), que foi acrescido anualmente a essa conta.
 
 

Uma observação:

Na cooperativa agrícola do exemplo, um pró-rata verdadeiro seria no caso de uma grade seca em que as cabras produzissem tão pouco leite, que sua venda não cobrisse a totalidade nem das despesas. O que faltasse para o pagamento dessas despesas seria rateado pelos cooperados, do próprio bolso de cada um.

No caso da cooperativa de trabalho, do mesmo modo. Acaso ao final do mês as despesas fossem maior que o apurado, de tal maneira que não houvesse dinheiro nem para se pagar uma simples consulta, a diferença seria rateada pelos cooperados e na receberiam nem um tostão.

O cooperativismo vem se mostrando no Brasil e no mundo uma força capaz de responder aos anseios da humanidade no que concerne ao desenvolvimento humano, social e suas aspirações de justiça e liberdade. Uma resposta concreta ao desafio da falência do socialismo de estado e do capitalismo extremo.

 

Assuero Gomes