O papel e a alma
O papel é a pele da alma.
Neles escrevemos cartas de amor.
Talvez chegue às vezes como pele de Deus.
Às vezes epiderme do diabo, quando inscrito estão a vingança, o perjúrio e a falsidade.
Prefiro pensar o papel,
imaculado, virginal, sendo desbravado com a pena de nanquim.
Nele escrevo a poesia das formas suaves,
em desenhos de linhas e sombras.
Nele escrevo, inscrevo, descubro ranhuras sedosas,
outras crespas que se revelam aos poucos, aos poucos.
No papel coloco o espelho da alma, a pele da alma, a alma.
Assuero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário