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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O papel e a alma





O papel e a alma








O papel é a pele da alma.
Neles escrevemos cartas de amor. 
Talvez chegue às vezes como pele de Deus.
Às vezes epiderme do diabo, quando inscrito estão a vingança, o perjúrio e a falsidade.

Prefiro pensar o papel,
imaculado, virginal, sendo desbravado com a pena de nanquim.
Nele escrevo a poesia das formas suaves,
em desenhos de linhas e sombras.

Nele escrevo, inscrevo, descubro ranhuras sedosas,
outras crespas que se revelam aos poucos, aos poucos.
No papel coloco o espelho da alma, a pele da alma, a alma.

Assuero.

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