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quinta-feira, 6 de julho de 2017

11 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 11


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11 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife  11



Com a saída de Pe. Osvaldo da paróquia de Boa Viagem assumiu um monge beneditino. O pessoal do Encontro de Casais e do Grupo de Jovens (JUNA - Jovens Unidos no Amor), bem com as senhoras da catequese continuaram com suas atividades.
Estava havendo um conflito interno no Mosteiro de São Bento de Olinda, relativo à sucessão de D. Basílio Penido, um santo homem de Deus. Muitos dos monges o consideravam um pai, como deve ser todo abade para seus monges, segundo o carisma de S. Bento.
A vida de um mosteiro beneditino é pautada na oração e no trabalho (Ora et Labora). Há toda uma regra que liga definitivamente um monge ao seu mosteiro e ao seu abade. O mosteiro torna-se a casa inalienável e irremovível do monge. Ali deve fazer seus votos definitivos, orar e trabalhar, até que Deus o leve para o mosteiro definitivo, que é a Jerusalém Celeste. Todo aspirante sabe disso. Todo monge ainda mais. É uma vida de retiro e dedicação à sua própria comunidade, podendo (e devendo) ajudar ao povo ao redor do mosteiro.
Graças a esse modo de vivenciar a vida cristã de S. Bento e seus seguidores, é que atravessamos a escuridão da barbárie em tempos do início da Idade Média com a invasão dos bárbaros e destruição de toda civilização.
Nos mosteiros se preservou a cultura clássica e da mais remota antiguidade. Dos mosteiros saiu a renovação da Igreja no século X. Cluny ainda brilha na escuridão das trevas do mundo e da Igreja. Mas Cluny está tão distante de Olinda assim como o nosso mosteiro estava de Paris.
Aos poucos eu tomava conhecimento de muitos fatos, e de descrições de fatos e até de suposições de fatos. A vida eclesiástica, como a maioria dos clérigos e religiosos não tem família, suas preocupações e seus divertimentos são com a Igreja mesmo e com a vida de seus pares. Humanamente é muito rica essa vida, tanto no lado positivo como nas fraquezas também, humanos são humanos.
Até hoje não sei como me apaixonei pela Igreja e muito menos sei como Jesus ama tanto (visceralmente) essa Igreja.
De repente o monge que estava em Boa Viagem foi transferido para Brasília e a paróquia ficou sem pároco. O inesperado acontece também: D. José Cardoso deixou que o Conselho Paroquial, formado totalmente por leigos, tendo à frente o casal Hercílio e Maria Helena, assumisse a administração. Uma experiência, para a época, muito avançada. Deu tudo certo. As missas não foram interrompidas, sempre se conseguia um dos monges do Mosteiro de Olinda para celebrar (e veja que eram duas missas no sábado e três nos domingos). Foi o tempo no qual algumas dessas missas foram transferidas para a igreja nova, o que gerou resistência das senhoras que organizavam a Igreja da Pracinha, mas ao final foi dando certo.
O casal e alguns paroquianos pediam muito a D. José a volta do monge, mas ele sempre dizia 'Boa Viagem merece um padre à altura, esperem que eu estou providenciando!'.
No útero da história se tecia o destino de muita gente ligada à vida da Igreja, inclusive o meu e dos meus amigos.
D. José articulava com a arquidiocese de S. Paulo a vinda do padre Luiz Antônio, que já havia aqui estado e organizado o Serene II, lembram?
 








 

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