Visitantes

sábado, 8 de julho de 2017

13 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 13


13


Resultado de imagem para palácio dos manguinhos


13   Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife  13



Com Luiz Antonio em Boa Viagem intensifiquei meus trabalhos na liturgia e nos movimentos paroquiais. O Grupo Jovem encenou uma peça escrita por mim que refletia sobre as diferenças sociais (grupo fundado no tempo de padre Osvaldo, com jovens engajados na Igreja e com uma visão crítica muito boa. Lembro Fenando Brito, Sávio, Edênia, Josias, Germana, Paulinho André, Lucinha, Lisiane, Fábio, e alguns mais que a memória me trai). Fiz também uns painéis pintados em tecido com a figura de Maria e com frases do Evangelho de Lucas, do Magnificat 'despedi os ricos de mãos vazias' etc.. que serviu de protesto por alguns senhores e senhoras mais tradicionalistas, que disseram que estavam incitando a divisão de classes. Lembro que no período do Advento fui desenhando com fita isolante preta, por trás do altar (tudo isso na igreja nova), creio uns 60 m², aos poucos o mar, a orla de Boa Viagem com seus prédios e por fim a favela. No Natal pusemos uma manjedoura de madeira e papelão como uma casa da favela e na véspera entramos com o Menino Jesus e lá o pusemos. Um quase escândalo para muitos.
As homilias de Luiz, algumas vezes minhas também, incomodaram muito. Eu escrevia os comentários das leituras e da entrada, diferente dos do folheto do jornalzinho da Missa, e eram lidos em todas as missas. Fiz também uma preparação para a conscientização do Dízimo que foi utilizado por toda a paróquia. Introduzi a coleta em procissão com uma cestas tipo samburá, evitando a passagem da 'sacolinha'; também o café com biscoito depois da missa dos Casais, para dar um sentido de acolhimento.
Continuava escrevendo no jornal A Pracinha; a essa altura já tinha escrito sobre as diversas etapas da celebração eucarística e sua conformidade com as Escrituras. Escrevi depois sobre os sacramentos inculturados na tradição indígena. Pequenos artigos que penso em resgatar. Luiz gostou muito e enviou à crítica de Paulo Suess (teólogo alemão, responsável na época pelo CIMI - Conselho Indigenista Missionário) que gostou muito e segundo disse a Luiz, iria aproveitar nas suas reflexões.
Depois disso comecei a escrever sobre a história da Igreja, desde sua fundação descrita nos Atos dos Apóstolos, numa visão crítica, a chamava de Mãe e a reconhecia depois de Constantino como vendida aos poderosos, até perto do ano 2.000.
Hoje não sei como encontrava tempo, mas dizem que só tem tempo quem está sempre ocupado...
Na Arquidiocese um grupo de padres começava a tomar posição contra as atitudes antipastorais do senhor arcebispo. 
D. Helder sofre calado.



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário