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segunda-feira, 10 de julho de 2017

15 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 15


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15  Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife  15


No Mosteiro D. Abade não praticava as virtudes cristãs. Era um homem culto, intelectual, gostava de arte e de uma boa mesa, mas.... Há um ditado antigo que circula no meio do clero (Pe. Arnaldo mo ensinou) que diz: 'Se não casto pelo menos claustro'. O nosso abade nem era casto nem claustro e escandalizou muita gente, interna e externamente (intra et extra eclesiam).
Em Brasília Teimosa, onde eu trabalhava nessa época atendendo no ambulatório da secretaria de saúde, bem perto da Igreja, conheci Pe. Felipe Mallet; um dos padres estrangeiros que viera trabalhar com os pobres. Era amigo de Pe. Arnaldo e às vezes celebrava na Matriz do Espinheiro. Fiz amizade com ele também.
No Morro da Conceição o caldo entornou e D. José expulsou o Pe. Reginaldo, este reagiu e promoveu uma manifestação com seu pessoal, se amarrando nas grades da igreja ou da cerca que circunda a imagem da santa (não lembro bem). D. José conseguiu na justiça um mandato de posse e a polícia foi lá remover o padre. A repercussão foi imensa. Reação de todos os lados. Na história recente da igreja pouquíssimas vezes (não tenho conhecimento) creio eu, um bispo necessitou de acionar a polícia para retomar a posse de uma paróquia.
Um frenesi tomou conta da arquidiocese.
O conselho paroquial da igreja de Boa Viagem reuniu-se para tomar uma posição. Pe. Luiz disse que a decisão que tomássemos ele acataria e nos deixou à vontade.
Uma reunião acalorada. Várias propostas, tais como carta de apoio a Reginaldo e ao pessoal do Morro, carta de repúdio ao ato de D. José, ler nas missas da paróquia, colocar críticas no Jornal da Pracinha, e além disso eu propus que colocássemos uma fita preta ao redor da nossa  imagem de N. Sra. da Boa Viagem em sinal de luto.
A discussão aumentou e todos concordaram. Depois chegou Luiz e pediu para refletirmos mais.
Não lembro bem se foi nessa noite ou na noite posterior que ele disse que fora contactado pelo arcebispo (ou um dos seus vigários gerais) proibindo quaisquer manifestações na paróquia quer escrita ou falada sobre os acontecimentos no Morro.
Foi aí que eu tive o impulso de dizer que me retirava do Conselho e que para deixar o pessoal à vontade, faria um jornalzinho onde pudesse escrever as ideias livremente. Fui seguido por Fernandinho, Sávio, Edênia, Marcelo, Romildo. Peço desculpas se esqueci alguém.
Como o jornal da paróquia se chamava Jornal A Pracinha (em referência à igrejinha da pracinha de Boa Viagem) resolvi chamar o novo jornalzinho de Igreja Nova.
Nascia assim um marco na Igreja de Olinda e Recife, que iria aglutinar muitos corações e muitas vozes. Um grito de liberdade e compromisso com a Igreja.







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