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quarta-feira, 12 de julho de 2017

17 Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 17




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17  Minhas memórias da Igreja de Olinda e Recife 17



Na paróquia de Boa Viagem com a destituição do Conselho e as proibições impostas por D. José a situação ficou muito aflita. Volto a ela breve, se faz necessário um giro pela Igreja de Olinda e Recife. É evidente que a exata ordem cronológica depois de tanto tempo e me fiando apenas na memória, pode ficar truncada, mas o mais importante são os fatos inseridos no tempo, que o tempo inserido nos fatos.
Brasília Teimosa contava com Filipe Mallet como pároco e nesse período eu trabalhava no posto de saúde de lá (Centro Comunitário de Brasília Teimosa), ninguém ainda falava de agente comunitário de saúde. Tive a ideia de que, como não podia atender toda a demanda do povo, pensei em qualificar aquelas pessoas interessadas em saúde e com alguma liderança na comunidade. Pedi a Filipe e no salão paroquial iniciei um tipo de curso de formação onde ensinei noções básicas práticas de observar as doenças mais comuns que ali acontecia, vacinas, dietas, aferição de pressão arterial, curativos, primeiros socorros, vigilância (cada pessoa ficava responsável por sua rua) para doenças contagiosas, cuidados com cães e gatos e ratos e escorpiões, etc... Não vetei ninguém e no início tivemos uns trinta participantes (uma vez por semana) ao final eram apenas uns dez. Muitas senhoras de terceira idade e alguns jovens. Tive a alegria de ver que algum tempo depois (um ou dois anos) aquelas pessoas ainda perseveravam e algumas foram até oficializadas após treinamento com agente de saúde da Prefeitura.
Na Paróquia do Pina, sempre coordenada e administrada pelos capuchinhos dei aulas no curso de noivos, por muitos anos. Em Piedade assisti algumas missas com a pregação de Frei Geraldo carmelita, uma pessoa de erudito saber e que mais tarde seria de inestimável valor para padre Arnaldo.
No espinheiro sempre conversando e refletindo e aprendendo com Pe. Arnaldo. Sabíamos da história da Arquidiocese desde D. Miguel Valverde seu primeiro bispo depois de ordenado sacerdote e que teve a honra de ser secretário particular ainda recém ordenado e que ouvia com grande deleite o jovem padre pregar, e tanta confiança tinha que o nomeou diretor espiritual das religiosas. Imaginem, algo inédito na Igreja, um padre jovem orientando, confessando e ouvindo todas as freiras e dedicadas da arquidiocese. Com D. Miguel a admiração era recíproca. Há um episódio interessante, que D. Miguel recebia toda manhã um ou dois litros de leite fresco que as freiras traziam para ele, não sei de que curral. Pe. Arnaldo sempre foi muito desconfiado. Uma noite (morava no Palácio dos Manguinhos) estando com fome tomou um copo desse bendito leite. Na manhã seguinte na hora do café, D. Miguel sentado com o padre comentou com voz grossa 'alguém tomou o leite do arcebispo'... episódio nunca esquecido.
Na rua do Imperador o grupo de Frei Aluizio sempre participando da missa aos domingos 17h e participando do Movimento de Cursilhos. Fiz boas amizades de caminhada naquele grupo. Padre Edwaldo em Casa Forte era mais discreto na reação às atitudes de D. José, mas fazia parte do Grupo Pe. Henrique. A Paróquia de Apipucos contava com os padres Lazaristas, que têm a mistica e o carisma de S. Vicente, mais tarde teria contato com todos eles, mas especialmente com um que vivia literalmente em Dois Unidos, Pe. João Pubben, que acompanhava D. Helder sempre, sendo seu secretário particular. Será um irmão meu de suma importância. 
O Mosteiro de Olinda, D. Abade causava escândalo com a publicização de um namoro com o diretor casado de um colégio da ordem, com direito até a carta com batom. 
Nos salesianos fiz amizade com o Pe. cantor João Carlos e o padre Baronto. Foram muito importantes nessa história toda. 
Fui criando uma espécie de teia, de rede, de conhecimento e contatos com a vida eclesial que depois se expandiu a nível do Brasil e até internacional. Lembrem que nessa época não havia internet, nem corrupção partidária ao nível que estamos, e ainda se escreviam cartas com papel e caneta e envelopes selados.





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